Lorena Bruno é artista têxtil. Suas tapeçarias nascem de um gesto antigo: o entrelaçar de fios como forma de narrar o mundo. Mas, ao contrário da repetição cega, seu fazer é pulsante – guiado por intuição, ritmo, escuta e memória. Cada ponto é tempo encarnado: um tempo que não corre, que se demora, que insiste.
Autodidata na arte têxtil, desenvolve sua prática por meio de uma pesquisa contínua sobre materiais e técnicas, em um movimento que une domínio manual e imaginação poética. Utiliza uma multiplicidade de fios – naturais e sintéticos, fibras sustentáveis, tecidos, tramas industriais e artesanais – criando composições têxteis que rompem fronteiras entre arte, design e presença sensorial.
Seu trabalho teve início como uma tentativa de tradução do mundo exterior. As cores, formas e texturas das paisagens atravessadas – ora áridas, ora verdes, ora urbanas – serviram de território simbólico para a criação. Com o tempo, o olhar se voltou também para dentro: para o corpo, os sentimentos, as tensões e as inquietações femininas. A tapeçaria passou a ser também um espelho da interioridade – abrigo e expressão daquilo que não encontra linguagem em outro lugar.
A matéria é parte central da sua poética. Lã, juta, algodão, rami, linho, retalhos e até cerâmica escorrem e se entrelaçam em superfícies orgânicas, construídas ponto a ponto com técnicas como tufting, ponto russo, tear, bordado livre e embalagem de fios. Cada obra é resultado de uma escuta do tempo e do corpo – de uma conversa entre o gesto e a matéria.
Suas criações evitam figuras e narrativas explícitas, abrindo espaço para leituras múltiplas. São tapeçarias que propõem uma pausa. Que desafiam o olhar apressado e devolvem ao espectador a experiência do toque, do silêncio e da presença. A tapeçaria, em sua obra, não é apenas técnica: é linguagem. E, mais do que objeto decorativo, torna-se manifestação – íntima, intuitiva e resistente.
Além de suas séries autorais, Lorena desenvolve tapeçarias sob encomenda, em diálogo com colecionadores, arquitetos e curadores. Sua produção já integrou exposições e mostras relevantes, como:
Entre a precisão técnica e a liberdade intuitiva, sua obra afirma a tapeçaria como uma linguagem contemporânea e viva – feita de gestos, de texturas, de camadas, e da delicadeza que só o tempo permite
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